sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Silvio Rodrigues


Silvio Rodríguez Domínguez (San Antonio de Los Baños, Cuba, 29 de Novembro de 1946) é um músico, poeta e cantor cubano.
Expoente da música cubana surgida com a Revolução Cubana, Silvio é um dos cantores cubanos contemporâneos de maior relevo internacional, criador juntamente com Pablo Milanés, Noel Nicola e outros músicos do movimento da Nova Trova Cubana. Considerado um poeta lúcido e inteligente, capaz de sintetizar o intimismo e os temas universais com a mobilização e a consciência social.


Em 1982, gravou Unicornio, que incluía a canção do mesmo título e que posteriormente iria converter-se na possivelmente mais famosa de Silvio. O disco, com uma orquestração mais rica do que a anterior, incluía ainda a "Canción urgente para Nicaragua", uma homenagem à Revolução Sandinista de 1979, "Por Quien Merece Amor", uma crítica aos EUA e um canto à solidariedade internacionalista cubana, "La Maza" (com ritmo de chacarera argentina) e outros títulos de temática diversa. Na tourné estaria acompanhado por Pablo Milanés e mais três músicos.
O concerto na Argentina, com a colaboração de músicos como León Gieco ou Piero[1], seria editado posteriormente em disco. Em 1983, colobora no disco do espanhol Luis Eduardo Aute Entre Amigos. No ano seguinte, grava o disco triplo "Tríptico Volume I", acompanhado de EGREM, antigos músicos do GESI, e as cordas da Camerata Brindis de Salas, com colaborações como Anabel López, Pablo Milanés, Pancho Amat ou o conjunto Manguaré. Ainda em 83, participa com dois títulos no trabalho colectivo já mítico gravado em Manágua em apoio da Revolução Sandinista: "Abril en Managua. Concerto da paz na Centro-América"; um grande concerto em que participam artistas do panorama revolucionário latino-americano como Gabino Palomares e Amparo Ochoa (México), Ali Primera (Venezuela), Mercedes Sosa (Argentina), Luís Enrique e Carlos Mejía Godoy & Los de Palacagüina (Nicarágua), Chico Buarque e Raimundo Fagner (Brasil), Daniel Baglietti (Uruguai), etc. Silvio cantou nessa tarde memorável "El Dulce Abismo" e "Canción Urgente para Nicaragua".
Em 1985, colabora no disco Querido Pablo, onde Pablo Milanés dá uma vista de olhos às suas velhas músicas, com novos arranjos e colaborações de velhos amigos, cantores e escritores. No mesmo ano, começa uma tourné com o grupo Afrocuba, dirigido por Oriente López, e com mais de uma dezena de músicos. Com eles, grava em 1986 em Madrid (Espanha) o disco duplo "Causas y Azares", com canções como "Te Conozco", "Sueño de una Noche de Verano" (rock), "Canción en Harapos" (crítica de hipocrisia e a acomodação pequeno-burguesa), "Requiem" (triste canção de desamor) e a energética "No Hacen Falta Alas".
Em 1988, entre Londres e Havana, grava Oh, Melancolía, também disco duplo, com títulos como o feminista "Eva", "Jerusalén Año Cero", leitura revolucionária da figura de Jesus Cristo, "En el Jardín de la Noche" (homenagem à Lua e às viagens espaciais) e "El Extraño Caso de las Damas de África".
Já em 1990, Silvio faz uma tourné com o mítico grupo cubano Irakere e com o pianista Chucho Valdés. Após o fim da ditadura militar chilena, viaja com o seu grupo a esse país e dá um concerto no Estádio Nacional de Santiago, perante 80.000 pessoas. Desse concerto iria ser editado um disco triplo (e CD duplo) em que aparecem títulos nunca antes gravados em estúdio, como "Venga la Esperanza" ou "El Hombre Extraño", dedicada ao cantor chileno Víctor Jara.


A década de noventa, a trilogia Silvio Rodríguez Domínguez
Em 1992 fez uma tourné com Diákara (músicos de Afrocuba e Irakere e começa a gravar um disco que ainda não foi publicado. Nessa altura é que principia a apoiar músicos da chamada Novíssima Trova Cubana, como Carlos Varela, e colabora em discos de diversos artistas e grupos, tais como Taller Canario.
Em 1992 é publicado o disco Silvio, primeiro de uma trilogia (a seguir tetralogia, com Descartes) de partida só com viola. Seguir-se-ão Rodríguez (1994) e Domínguez (1996). Esses discos, com grande sucesso entre o público, incluem temas como "Quién Fuera", "La Guitarra del Joven Soldado" (a lembrar a sua juventude), o swing "La Desilusión", "Escaramujo", que tem uma versão a cargo do grupo coral cubano Vocal Sámpling), "Flores Nocturnas" (um canto às prostitutas), "Desnuda y con Sombrilla", (um original tema erótico), "Ala de Colibrí", "Canción del Trovador Errante" (totalmente falado sobre um fundo electrónico), "Me Quieren" (tema engraçado dedicado aos seus "inimigos"), ou "Reino de Todavía" (sobre a situação actual entre Cuba e os Estados Unidos). Esta trilogia tem quase só viola (com algumas pitadas de percussão manual e "natural", além de ligeiros elementos electrónicos em Domínguez, em que iriam colaborar a mãe e a irmã Anabel), foi completada com Descartes, de menor difusão, com temas destacados como Rosana. Em 93, grava com o espanhol Luís Eduardo Aute o disco ao vivo Mano a Mano.
Já no fim da década, em 1999, editou com o guitarrista Rey Guerra o disco Mariposas, em que colaborou a companheira de Silvio, Niurka González, que toca flauta em dois temas. Disco não tão bem sucedido como os anteriores, incluiu temas como "Olivia", "Viñeta" e "Sin Hijo ni Árbol ni Libro".


No Século XXI, a barbárie
Após um período sem tournés, deu-se à tarefa de compor e arranjar o seu próximo disco, desta vez orquestrado. Intitulado Expedición, foi editado em 2002, contando com a participação de membros da Orquestra Nacional de Cuba, alguns dos músicos habituais na discografia de Silvio, incluída a irmã Anabel López, Pancho Amat, Niurka González, Yanela Lojos, etc, estudantes de música e membros do conjunto Diákara. Inclui canções como "Tiempo de Ser Fantasma", "Sortilegio", "Fronteras" o "Anoche Fue la Orquesta".
Cita con Ángeles, de 2003, com canções compostas nessa altura, é um disco de importante compromisso político, com denúncias contra o imperialismo e a guerra contra o povo Iraquiano ("Sinuhé"), mensagens contra Bush, Tony Blair e Aznar, e referências ao 11 de Setembro. O disco foi dedicado à sua filha Malva e ao seu neto Diego, recém-nascidos no momento em que o disco era gravado.
Em 2006, publica o que é, até hoje, o seu último trabalho discográfico, Érase que se Era, compilação de canções de etapas muito recuadas na sua carreira musical (entre 1968 e 1970), voltadas a gravar para a ocasião.
Tendo o seu principal público nos países de fala espanhola, talvez a Galiza seja o país lusófono em que tenha actuado em mais ocasiões, contando com um público numeroso e fiel. A sua última actuação na Galiza foi, por enquanto, em Agosto de 2006, quando protagonizou um concerto em apoio ao povo galego, que acabava de enfrentar um terrível Verão de fogos florestais que arrasaram boa parte do país. Um emocionante concerto na cidade de Ponte Vedra, em que Silvio começou com um grito solidário de "Viva a Galiza!" e continuou com uma viagem através de alguns dos mais conhecidos trabalhos musicais da sua já longa carreira de arte e compromisso.


Discografia
Existem variações desta discografia em função de diversas causas: chancela discográfica, editoras, censura, etc, tendo sido alterados alguns discos, títulos e capas. Contudo, podemos dizer que esta é aproximadamente a discografia original:
Días y flores (1975)
Al final de este viaje... 1968/1970 (1978)
Mujeres (1979)
Rabo de nube (1980)
Unicornio (1982)
Silvio Rodríguez y Pablo Milanés en vivo en Argentina (1984)
Tríptico (álbum) (triplo LP, 1984)
Causas y azares (1986)
Oh melancolía (1988)
Silvio Rodríguez en Chile (1990)
Silvio (1992)
Mano a mano (com Luis Eduardo Aute) (1993)
Rodríguez (1994)
Domínguez (1996)
Descartes (1998)
Mariposas (1999)
Expedición (2002)
Cita con ángeles (2003)
Érase que se era (2006)

Discografia especial
Para além dos discos oficiais, em numerosos países de fala espanhola circulam discos próprios com compilações, versões ou edições que não se acham na discografia oficial.

México
Antología
Espanha
Cuando digo futuro
Chile
Memorias
Causas y azares


Quem quiser conhecer o trabalho deste grande artista, contacte me no E-mail rtsndrgrndarnaldo@gmail.com

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